Risoto de flor de abobrinha - e cada um se empolga com o que bem entender.

27 de abr. de 2014




Bom, admito que pode parecer estranho pra muita gente, mas o fato é que eu me empolgo indo à feira. (Com outros acontecimentos também, claro. Mas hoje quero contar da feira).
Toda vez saio de casa com uma lista em mente, com o intuito de não comprar comida demais, e toda vez volto com mais do que havia planejado. É tudo fresco, tudo bonito, fica difícil resistir.
O lado ruim é que posso acabar não dando conta de tanta hortaliça, e às vezes a comida se estraga.
Agora, vejam só: com o começo do friozinho tem muita fruta gostosa voltando a aparecer nos estandes, as flores (que murcham quando o calor é forte) estão à venda de novo.
Quando tem, costumo comprar papolas e copos de leite, mas as que havia lá da última vez que fui eram flores de capuchinha e de abobrinha: belezas que vão ao prato.
Claro que eu tinha que experimentar as flores de abobrinha, com aquela cor toda viva. Só não sabia o que fazer.
A moça que vendia me garantiu que havia muita receita na internet além das clássicas flores fritas (que não acho muito atraentes).
Sugeriu um risoto. Pois bem, inventei um risoto pra chamar de meu.Começando pelo começo: nunca faço risoto, e não é tão comum eu usar arroz em casa.
Mas sempre tenho um pouquinho de arroz integral.
Precisei dar o truque para simular com ele a textura de arroz arbóreo, que é o mais indicado para risotos. Vou te contar a diferença:
o arbóreo é um tipo de arroz de grão médio, macio, com capacidade para absorver bastante líquido, e que libera bastante amido durante o cozimento. Este amido é responsável por tornar os risotos cremosos (junto com as grandes quantidades de gordura que costuma haver neste prato, muito creme de leite, manteiga, queijos).
Usei aqui arroz agulhinha integral, que não é tão macio e absorve menos líquido, além de não soltar tanto amido. Por isso, para ter a textura cremosa, adicionei sementes de chia ao cozimento do arroz e um pouco mais de líquido do que colocaria se fosse preparar um arroz soltinho normal.

1 1/2 xícara de arroz integral
1 colher de sopa de sementes de chia (se preferir, use linhaça)
2 colheres de sopa de sementes de gergelim preto
1 colher de chá de óleo vegetal (usei de girassol. Vale qualquer um de sabor neutro)
2 dentes de alho
1 cebola pequena
1 mão cheia de pimentas cambuci picadas (umas 6 pimentas. Se preferir, use 1 pimentão pequeno)
2 maços de flor de abobrinha, talos inclusive
Azeite de oliva, o quanto baste
Sal e pimenta caiena, o quanto baste


Coloquei o arroz, a chia, o gergelim e o óleo em uma panela grande e tostei sobre fogo alto, até que os grãos começaram a estalar e ficar marronzinhos.
Adicionei água um pouco mais do que o suficiente para cobri-los, baixei o fogo para médio-baixo e deixei cozinhar até começar a ficar macio, em torno de 20 minutos.
Enquanto o arroz ia cozinhando, descasquei e piquei em pedaços pequenos o alho e a cebola e coloquei para refogar em uma panela à parte. 
Lavei as pimentas e as flores (basta passar delicadamente debaixo de água corrente). Tirei os talos, sementes, e as veias brancas das pimentinhas, piquei grosseiramente e acrescente ao refogado.
Piquei as flores e seus talos grosseiramente e deixei refogar com os demais ingredientes.
Quando as pimentas e as flores ficaram tenras, desliguei.


Acrescentei ao arroz já cozido, salguei e temperei com mais ou menos 1/8 de colher de chá de pimenta caiena (usa-se de pouquinho mesmo, ela é bem intensa). Misturei tudo muito bem e servi imediatamente, junto de uma salada verde.
A bem da verdade, achei que a proporção recheio/arroz ficou um pouco fora do ideal.
Da próxima vez, vou usar um pouco menos de arroz para o mesmo tanto de recheio.

Rende 4 porções.



E você, como prepara flores de abobrinha?

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